E o nosso "Onésimo?"

E o nosso Onésimo?

Hoje, 26/09/2007, ministramos a Palavra sob a carta de Paulo à Filemom.

O irmão Paulo, escreveu esta carta cerca de 60 D.C, mas como toda Escritura, ela tem um conteúdo bem atual. Por esta época, ele estava preso em Roma e mesmo nesta condição "gerou" um filho espiritual. Perseguido, proibido, abandonado, incompreendido e...gerando filhos. Que lição para nós que temos tanta liberdade, dinheiro e simpatia em geral. Estamos gerando filhos espirituais? O nome do filho era Onésimo, que significa "util". Mas sem Jesus, até o que é "util" se torna "inútil", pois se Jesus não entrasse na vida dele, continuaria, provavelmente numa vida inutil. Agora, uma vez que Onésimo havia confessado a Jesus como Senhor, passou a ser da Igreja, do Corpo, da Noiva, da "família cristã". Mas Onésimo estava com problemas para resolver. Oras! Mas ele entrou para um "corpo" não entrou? Então, no que for possível, a
Igreja tinha que ajudá-lo, pois ele estava justamente ali para duas coisas: Ser salvo e ser ajudado pela Igreja, colocando a Fé e o Amor dos membros à prova. Em Mt. 26.6-13, narra uma história onde uma certa mulher quebra um vidro de perfume caro e o derrama sobre a cabeça de Jesus. Alguns discípulos que viram a cena reclamaram desta atitude da mulher e argumentaram que ao invés de derramar o perfume sobre Jesus, ela deveria vende-lo e dar o dinheiro aos pobres. Jesus disse a eles que não criticassem a mulher pois ela havia feito uma boa ação para com Ele, pois estava lhe preparando para o sepultamento. E acrescentou "os pobres vocês sempre terão convosco, mas a Mim nem sempre terão". Isto foi uma profecia! Este foi um decreto! A Igreja sempre teria pobres! Não importa se pobres materiais, físicos, sentimentais, espirituais...a Igreja sempre teria pobres! Que acinte à doutrina da Prosperidade! Em Gl 2.1-10, o irmão Paulo relata sua visita aos apóstolos, aqueles que estavam antes dele na Fé. A visita foi para apresentar a eles o Evangelho que ele estava anunciando aos gentios, para saber se estava fora ou não do que Jesus havia ensinado para os primeiros apóstolos. Ele conclui que eles nada acrescentaram ao evangelho que ele vinha pregando, estenderam a mão direita para ele, e só chamaram a atenção dele para um detalhe importante: "lembra-te dos pobres" v. 10. Certamente que os apóstolos estavam passando a Paulo o que aprenderam de Jesus, ou seja, "os pobres sempre tereis convosco". Agora, estava ali bem ao lado de Paulo um "pobre" chamado Onésimo. O homem se abriu para Paulo e contou-lhe que era um escravo fugitivo, e que havia furtado alguma coisa do seu ex-patrão. Certamente na conversa, deixa vazar que o nome do ex-patrão é Filemom (que quer dizer amável) que mora em Colossos. Coincidência! O ex-patrão de Onésimo era irmão de na Fé de Paulo e cooperador do Evangelho lá em Colossos, inclusive tendo cultos em sua casa! Posso supor que nesta hora Paulo já agradeceu a Iahweh porquê o "pobre" que estava ali diante dele seria imediatamente ajudado. Pediu um pergaminho e pena de ganso e começou a escrever uma carta a Filemom. Nela, ele louvava a Deus pela Fé e Amor que havia em Filemom e logo em seguida entrou no assunto. Falou ao destinatário que um ex-escravo dele havia crido em Jesus, era uma nova vida e agora precisava voltar para se reconciliar com o ex-patrão e se fosse necessário Paulo pagaria algum desfalque que o ex-escravo havia lhe feito. Falou que estava se referindo ao Onésimo e pediu que com amor o recebesse, já não apenas como escravo, porém principalmente como irmão em Cristo, pois lhe seria útil tanto na obra da Fé como na obra secular. E no final, ainda pediu para o Filemom preparar um aposento por lá, pois graças às orações dele em intercessão por Paulo, quem sabe ele seria solto e passaria por Colossos.
Que mudança na situação social do Onésimo! Os "crentes" realmente podiam ajudá-lo e imediatamente o fizeram!

E quem levou a carta? Foram os irmãos Eutiquo e o próprio Onésimo! A certeza que Paulo tinha que Filemom iria receber com amor o ex-escravo fugitivo era tanta que nem esperou resposta. E a Igreja de hoje, está ajudando os "Onésimos"? O que temos feito de nossos "Onésimos"? Temos colocado nossos ombros embaixo de suas cargas para cumprir a Lei de Cristo? Temos nos doado para ajudar nossos pobres? Você já procurou saber se o irmão que senta ao seu lado na Igreja tem o que comer em casa, ou se sua energia foi cortada? Será que não há "Onésimos" com receitas médicas engavetadas por falta de recursos para comprarem os remédios? Será que nós estamos sabendo que uma irmázinha da Igreja está sofrendo muitas dores porquê ela marcou uma operação para retirar um tumor, porém não foi porque não conseguiu juntar R$ 2.500,00 enquanto esta quantia nós ofertamos ao pregador para ele a Israel fazer turismo? Além da cota milionária que cobrou, levou mais uma passagem de avião no bolso, e nossa "Onésima" continua se contorcendo de dores ao nosso lado e nós fazemos de conta que não a conhecemos. Será que não estamos vendo que nossas ofertas e dízimos (nós não cobramos dízimos) estão indo para o enriquecimento de um seleto grupo de sacerdotes que estão trocando de carro de luxo todos os anos e construíndo mansões para sí, com até 35 cômodos e elevadores panorâmicos de 4 andares? Mas alguém pode dizer? Mas nós levamos o dinheiro todo lá no púlpito e os sacerdotes é que ajudam os "Onésimos". Mas ajudam mesmo? Um sacolão? Uma aspirina? Um par de Kichute? Depois mostram isto em seus programas televisivos para dizer que as ofertas estão "bem encaminhadas"! E o resto do dinheiro, o que eles fazem? É bem verdade que em algumas partes do Evangelho lemos que algumas ofertas eram dadas aos "presbíteros" para estes levarem aos necessitados, mas se sabemos que estes homens não estão agindo corretamente, porquê insistimos em continuar pagando para eles? Alguém poderá dizer: A minha parte eu faço, eles é quem irão se entender com Deus depois! Mas o dinheiro de Deus não chegou primeiro em suas mãos? Então você é responsável por este dinheiro e não terceiros, não é mesmo?
Em Mc 10.17-30, lemos a respeito daquele jovem que tinha muitos bens aqui na terra, mas estava interessado também na "vida Eterna". Jesus disse a ele, que para ganhar "um tesouro no céu" era necessário que ele vendesse todos seus bens, desse aos "pobres" (e não nos bolsos dos pastores) e só assim teria Vida Eterna. Está bem claro nesta passaem que Jesus não suporta avarentos, egoístas, materialistas, ambiciosos, apegados a este mundo e amantes
do dinheiro, pois apesar de "olhar para ele e amá-lo", deixou o jovem não arrependido ir embora. Está bem claro nesta passagem que para aquele Jovem, ter tudo nesta vida era melhor do que o "tesouro no céu". Bem..Pedro viu aquela cena toda e começou a se coçar..."mas se aquele jovem vendesse tudo, ficaria na rua e daí? O que ele ganharia?" Então Pedro continuou lembrando que ele mesmo (Lc. 5.11), deixou alguns barcos apinhados de peixes e agora estava ali, sem nada na vida, seguindo Jesus. Vou lembrar o Mestre disto! "Jesus! Nós deixamos tudo e te seguimos!". E o Senhor os confortou: "Ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, ou campos, por causa de mim e do evangelho, deixará de receber cem
vezes mais já no tempo presente, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos e com eles perseguição, e na era futura a Vida Eterna!" Compreendemos que por "irmãs, mães" que ele não estava falando de Nova Família no sentido biológico, físico. Porém estava se referindo a Igreja, onde o recém convertido encontra diversos irmãos, irmãs, pais, mães, casas, campos, depois gera filhos espirituais, etc.

Uma de nossas riquezas em Jesus Nosso Senhor é a Igreja! Se uma Igreja não consegue ser mãe, pai, irmã, casa, etc, para seus membros, então é melhor reavaliar sua função, arrepender-se e
voltar ao Evangelho!

Iahweh nosso Deus! Nos ajude a compreender o que é Igreja, corpo e família, para que possamos realmente, em amor, ajudar nossos Onésimos!

Fiquem na Paz!

Não é este o filho de José?

Não é este o filho de José?
Domingo à noite, dia 23/09/2007, pela grande bondade e misericórdia de Nosso Deus, falamos
sobre Lucas cap. 4, a partir do verso 15.Um pouco antes destes versos, após a provação no deserto, Jesus teve que enfrentar satanás.

Chama a atenção que o adversário se usou de palavras da Bíblia para desafiar Jesus. Mas
Jesus era o autor da Bíblia, pois em João 1.1 diz que Ele era o "Verbo" ou seja "A Palavra". Então conhecia tudo que estava escrito e também se necessário, o que não estava escrito. Após alguns desafios, satanás foi derrotado seguidamente. Então propôs o seguinte: "Olhe bem este mundão! Está vendo esta glória? Está vendo este brilho? Pois é...se prostado me adorares, lhe darei tudo isto!". O interessante nesta oferta do diabo é que realmente ele é dono deste sistema mundano pecaminoso, promíscuo e violento. Mas Jesus não aceitou tal oferta. Expulsou o maligno citando "somente a Deus adorarás e a ele prestarás culto". Preferiu a Cruz no lugar da glória mundana. Infelizmente hoje muitas pessoas trocam Deus pela glória da riqueza, da política, do sensualismo, da moda, da mídia e do mundo. O inimigo ainda continua oferecendo coisas que atiçam nossas paixões carnais e muitos aceitam já na primeira oferta.

Mas vamos entrar no assunto. Jesus entrou na sinagoga (local de reunião dos judeus, fora de Jerusalém, fora do Templo) e ficando de pé, lhe deram o livro do profeta Isaías para ler. Então a passagem que justamente estava aberta para leitura era Isaías cap. 61 (naquela época a Bíblia ainda não estava num só livro e muito menos eram folhas de papel, pois eram em pergaminho enrolados, cada livro separado num rolo). Ali estava escrito que "O Espírito de Iahweh está sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do SENHOR."

E na continuação...

"E, fechando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos. "

Isaías que profetizou isto cerca de 700 anos antes de Cristo nascer, não teve o prazer de conhecer pessoalmente a Cristo, mas falou acerca dele. Há muito capítulos no Livro de Isaías que falam de Jesus Cristo. Assim, um grupo de pessoas que está ali na sinagoga assistindo, tem o prazer de ver aquela profecia se cumprindo diante de seus olhos! Que privilégio! Que honra! Que ano! Que lugar!

Como vimos, após a leitura Jesus lhes disse: "Ouvintes, prestem bem a atenção! Eu sou o homem de qual vosso profeta Isaías falou! Olhem, o Espírito de Iahweh está sobre mim e vocês verão que realizarei muitas coisas diante de seus olhos. Libertarei o cativo no pecado, soltarei o prisioneiro de cadeias infernais, farei com que os cegos (tanto espirituais como físicos) voltem a enxergar e ainda lhes proporei uma salvação Eterna que ninguém jamais propôs!"

O povo até começou a graçar com estas palavras. Simpatizavam com aquele mestre. No v. 15 está escrito "E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado", e no v.22 "E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca..." Apesar do contentamento inicial, desta simpatia inicial, lhes veio uma dúvida no final do v.22 "..não é este o filho de José?"

Jesus, lhes comprendeu a fraqueza e lhes disse no v.24 "Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria."E lhe falou mais algumas verdades. Então nos vs. 28,29 relata que os seus simpatizantes agora estão lhe expulsando da sinagoga.

Na verdade, isto ainda acontece muito! Vamos ao cultos, lemos a Bíblia, professamos a Fé cristã, oramos, choramos, vimos milagres, mas por fim, quando bate a fraqueza dizemos "não é este o filho de José?". E como que isto acontece? Pra começar quando voltamos para casa, após ouvir aquela mensagem poderosa sobre Jesus, ligamos a TV para assistir a outra doutrina, ou seja, a doutrina da mentira, da violência, da promiscuidade e da devassidão. Na segunda-feira estamos dizendo palavras de baixo calão amaldiçoando o dia. Na terça nos usamos de alguma mentira para esconder algo. Na quarta o culto agora é ao futebol na TV, pois o altar está aceso esperando os adoradores. Na quinta nos iramos e ofendemos nosso irmão, nosso cônjuge, nosso patrão. Na sexta vem ao coração ódio, ciúmes, invejas, soberba...No sábado a bebedeira, o baralho, os vícios...e no domingo, nos aprontamos, colocamos nossa melhor roupa, pegamos uma Bíblia, vamos ao culto novamente. Olhos e ouvidos bem atentos na mensagem, novamente nos alegramos, choramos e nos deleitamos no Senhor. Mas, terminando o culto perguntamos novamente: "Não é este o filho de José?"

Que Deus possa mudar este nosso jeito de ser e agir, e ao invés de duvidar da salvação de Jesus Cristo, ao invés de deixar Jesus no templo após nossas reuniões, possamos trazê-lo para nosso lar, dentro de nosso coração. A salvação é para ser vivenciada no dia a dia, com nossas atitudes, com nosso amor, com nossa santidade, com nossa fidelidade...enfim...com nossa conversão.

A Escritura diz assim: Assim como é santo Aquele que vos chamou, sejais também vós santos em toda maneira de vosso viver.

Fiquem na Paz!

irmão Valmir