quinta-feira, 5 de março de 2009

 

O MOÇO QUE FALAVA EM “LÍNGUAS”

 

(I Corintios 14:2) - Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. 

Espero, no Senhor, poder voltar a postar textos cristãos neste espaço. Estou procurando me “libertar” de certas atividades terrenas, que outros podem fazer, para me dedicar àquelas que Iahweh, pelo Espírito Santo, quer que eu faça. 

Sou inscrito num Grupo (Lista) do Yahoo chamada “irmaos_do_fe”, cuja proposta é juntar o grupo de irmãos que por alguns anos participaram de um Fórum Cristão chamado Fórum Evangelho – A Doutrina de Jesus Cristo - e que havia encerrado suas atividades à muito tempo. Agora, bateu a saudade e o administrador daquele Fórum estava convidando um por um dos ex-participantes para se cadastrarem no “Grupo”. E a Lista ficou tão boa, que a partir do Grupo,  o Fórum voltou: http://www.forumevangelho.com.br 

Bem, em dado momento na Lista, trocando emails com todos, começamos a debater o assunto do “Falar em Línguas”- que é um dos  “dons do Espírito” relatados em I Co. cap. 12 -  pois há ministérios cristãos que aceitam tais dons e outros que não aceitam por acharem que tais experiências espirituais ficaram restritas aos tempos dos apóstolos. 

Outros ainda,  até aceitam os dons, porém não como são utilizados pelos cristãos de hoje, os chamados “pentecostais”. 

E durante a troca de conhecimentos, uma irmã inscrita no Grupo, postou a seguinte experiência: 

“Irmãos. Confesso que o Dom de Línguas, não é um dom que me chama atenção. Não tenho interesse em falar estas “línguas” e muito menos ouvir alguém falando. 

Sinceramente, até hoje considero a Fé e o Amor, os únicos dons realmente necessários para a vida cristã. Os demais, nem tanto, e por isso mesmo nunca me interessei  ir à fundo no assunto. 

No entanto, para enriquecer o “debate”, talvez seja interessante vos relatar uma experiência pessoal que se passou quando eu tinha apenas 15 anos de idade. Hoje, tenho 43. Foi no primeiro “retiro espiritual” que participei. 

Fui levada para lá, por meu irmão co-sanguíneo que à época era seminarista, e membro de uma denominação cristã que não concorda com o uso hoje dos dons espirituais. Antes, ele pediu a permissão da direção da Igreja, pois eu não era membro da mesma, e sequer participava dos cultos, e fui.  Estavam presentes naquele local (um sitio), o pastor, alguns diáconos, alguns seminaristas (incluindo meu irmão) e vários jovens. Cerca de 100 jovens. Também participavam conosco alguns dos pais desses jovens. Enfim um numero grande de  pessoas. Chegamos lá, no dia 4 de Março, e eu participei de todos os eventos do retiro, incluindo os cultos. No dia 6, num culto pela manhã, aceitei Jesus como meu Único e Suficiente Salvador. Exatamente no dia que eu cumpria meus 15 anos de idade. 

Depois do culto, haveria um momento de lazer, quando os jovens decidiram praticar alguns esportes. Eu então me dirigi até minha barraca para levar uma Bíblia que recebi como doação da igreja.   

Foi nesse momento que iniciou em mim algo inexplicável, e que relutei muito em vos contar, mas aqui estou. 

Trata-se de um assunto que pouco falo a respeito, e ficou lá...bem distante...no passado. Porem, talvez, já que debatem a respeito, através de minha experiência, quem sabe possam chegar a alguma conclusão. 

Ao entrar na barraca, senti-me tonta, muito tonta. Um mal estar súbito e inexplicável. Então sentei-me no chão da barraca. Em seguida,  movida pelo "primeiro amor", comecei a orar com Fé, para voltar a me sentir bem. Porem logo percebi que minha visão ficou confusa, de maneira que nas laterais da lona da barraca, eu via  imagens monstruosas. Nesta hora, lembrei-me que minha mãe ensinou a orar o Salmo 91.  Então comecei a citar palavras por palavras deste Salmo, mas minha mente ouvia outras vozes a falarem comigo me confundindo, de maneira que eu não conseguia continuar. 

Então, num esforço,  abri a Bíblia, no mesmo Salmo, inconformada com o que estava acontecendo . Qual foi a minha surpresa,  percebi que as letras da Bíblia saíam de onde estavam,  misturando-se umas as outras, me impossibilitando a leitura. Pronto! Daí por diante, não me recordo mais do que aconteceu até o momento do ápice. Desse momento em diante, soube tudo que aconteceu baseada nos relatos de outras pessoas que presenciaram o que eu vivi. 

Relatos: 

Dois Rapazes passavam perto da barraca em que eu estava, e me ouviram gritar. Correram para lá, e segundo eles, eu me debatia vorazmente. Tentaram em vão me segurar, mas segundo eles, eu possuía uma força fora do comum, sobrenatural. Então um deles permaneceu comigo na barraca, enquanto o outro chamava outras pessoas. Logo todas as pessoas que estavam nesse retiro se colocaram em volta da barraca. Dentro ficou o pastor e os diáconos. Do lado de fora,  todos os jovens ficaram ajoelhados e orando sem cessar.

O pastor e diáconos oravam incessantemente. A chuva  começou a cair, os jovens permaneciam ajoelhados em volta da barraca orando. 

Lembranças:

Em dados momentos, eu conseguia voltar a mim e via-os, mas completamente deformados. Tentava inutilmente lembrar que eram meus amigos, mas algo me convencia que eram inimigos, e que estavam ali para me destruir. Turbilhões de pensamentos confusos me viam a mente. Eu podia ouvi-los, mas suas linguagens na maioria  das vezes eram desconexas, e suas vozes tinham sons estranhos que me causavam medo. Lembro-me que em alguns momentos também observava que o pastor suava muito enquanto orava. Algumas vezes me faziam perguntas me forçando a entende-los, e quando eu os compreendia,  tentava responde-los, mas ao falar,
eu ouvia outra pessoa falar em meu lugar. Não tinha a mesma voz, e não tinha o meu pensamento, pois falava outra coisa. Eu estava com medo e com pavor de tudo que ouvia e via. Estava realmente desesperada, apavorada! O pavor era tanto que tive vontade e desejo  de morrer para terminar com aquela situação.  Eu continuava a ouvir vozes e mais  vozes sem parar. Essas vozes ficavam cada vez mais desconexas, misturadas, sem sentido e me assustavam. Foi quando entre elas distingui uma linguagem que no meu interior eu conhecia. Enfim, parecia que eu havia encontrado algo para me sustentar e sair daquele tormento. Existia entre aquelas vozes deturpadas e com sons estranhos, uma linguagem que eu podia compreender. Olhei para fora em busca de onde procedia aquela voz. Vi varias pessoas deformadas do lado de fora. Eram imagens que me assustavam profundamente e eu tinha pavor delas. Meus olhos continuaram a procurar de onde vinha a única linguagem que eu podia entender. Deparei-me com um quase gigante. Um moço, muito alto que orava entre todos os outros. Estava ele ali ajoelhado, sob forte chuva. Então o meu “eu”, decidiu que a única maneira de conseguir manter ao menos parte de minha mente dentro da realidade era manter meu olhar sobre aquele jovem.  Assim,  eu o fitava o tempo todo. E meditava no que ele falava. Ele enaltecia o nome do Senhor e clamava pelo Poder de Deus sobre minha  vida. Meus olhar manteve-se na direção desse rapaz todo o tempo a partir daquele momento. Ele mantinha os olhos fechados como todos os outros, portanto não me via, mas eu o via todo o tempo. Sei que tudo isso durou cerca de 3 horas, segundo testemunhos, mas ali, eu não tinha noção de tempo. Em certo momento, esse rapaz entrou na barraca. Ele tinha certa autoridade quando falava. Já havia sido dado uma ordem, que somente o pastor e os diáconos poderiam entrar ali, mas ele entrou. E quando ele chegou,  de perto pude ver que realmente ele era a única pessoa que eu não via  deformado. Quando o vi entrar eu já sabia que naquele momento eu seria curada. Ele abaixou-se onde eu estava caída, e chamou meu nome três vezes: Ana, Ana, Ana! E eu voltei a mim, totalmente lúcida, mas com uma tremenda dor de cabeça. Quando tudo caminhava para calmaria, ele pediu que o pastor fosse para um abrigo com os jovens que ele ficaria ali me ajudando. Impôs as mãos em minha cabeça e fez uma oração pedindo que eu a repetisse. Ali eu já estava com o controle da minha mente. 

Permanecemos nesse retiro por mais 2 dias após esse episódio e retornamos aos nossos lares. 

Mas...ficou uma questão na minha mente para ser resolvida. Estava intrigada com aquele processo todo, porém muito mais com as “línguas” que o jovem que me ajudou estava proferindo. Somente uma semana depois tive coragem de procurá-lo e conversar com ele. Então lhe fiz  a pergunta que me incomodava:  “João!  Naquele dia você orava em línguas estranhas, não foi?”

João baixou a cabeça e disse-me:  “Olha, eu sou seminarista de uma denominação  tradicional, que não concorda que os dons do Espírito Santo possam ser possíveis nos dias de hoje,  mas já tem algum tempo que estas experiências vem acontecendo comigo, sem que eu consiga controlar.” 

Então contei a ele tudo o que eu podia lembrar a esse respeito. Na verdade, quando consegui ouvir naquele  momento de possessão, uma única voz compreensível para mim, eu sabia que se tratava de uma “língua” que não me era comum. Eu sabia que era mais do que isso. Era uma “língua” espiritual, mas, a única que naquele instante eu estava compreendendo. 

Ao final da conversa, ele  pediu-me para não contar a ninguém sobre o ocorrido. E até hoje, guardei este segredo, que agora divulgo para edificação da Igreja.

Outro fato interessante, é que nenhum outro jovem conversou comigo sobre terem ouvido aquele jovem falar “noutras línguas”. Parece então que foi algo enviado por Deus para que através da vida de um único jovem eu pudesse alcançar a libertação necessária naquela hora. Era como ele, pelo Espírito Santo,  estivesse falando “mistérios” e eu, também pelo Espírito Santo,  estivesse interpretando suas palavras.” 

P.S.:

Nomes e datas foram trocados propositalmente. Os fatos são verdadeiros.